terça-feira, 27 de julho de 2010

27/07 - 2:46 da manhã, em algum ponto do infindável caminho entre Oaxaca de Juárez e San Cristóbal de las Casas.

Por Larissa
Faz quase uma semana que a viagem começou e aos poucos vou matando a saudade do Carlos e me despedindo do meu México querido. Só agora parto para terras desconhecidas, já que o Distrito Federal se tornou uma segunda casa e Oaxaca foi um lugar relativamente estudado e conhecido nesses últimos 6 meses. Entretanto, as ruas oaxaqueñas estavam particularmente bonitas e diferente por causa da Guelaguetza, uma festa popular que acontece todos os anos nas duas últimas segundas-feiras de julho, conhecidas como “Lunes de Cerro”, com intercambio das culturas populares de cada região do Estado. Por um pouco de sorte e de aventura conseguimos ver uma versão mais popular no pueblo de Zaachila. Outra coisa que fez esta segunda viagem ser ais especial foi o breve contato com a VOCAL (Voces Oaxaqueñas Construyendo Autonomía y Libertad).

Ainda sinto que estamos expurgando os males do DF e de Sampa...começo difícil, com algumas chuvas, gripe bem forte, muito chile, malas pesadas, etc. Mas a magia oaxaqueña fez o sol surgir bem forte e a alegria e vida brotarem de uma quase “morredeira”. Oaxaca curativa e energizante que me está deixando ir pra Chiapas com a saúde em 80% e melhorando... agora meu México mágico, de que tanto se escuta mas que tão pouco se conhece, será ampliado mais uma vez...lá vamos nós para Chiapas, de infindáveis “colores, sonidos e sabores”, terra de campesinos e indígenas em luta, com armas empunhadas faça chuva ou faça sol...e é provável que faça os dois...

Ainda preciso falar mais do Distrito Federal em particular e do México em geral, mas ainda temos alguns dias. Depois de San Cristobal vamos para Palenque e Cancun, e no dia 4 pela manhã rumamos para a envolvente e curiosa Cuba...

A viagem está apenas começando... a saudade do México e do Brasil apertam com a mesma intensidade...parto para terras desconhecidas... terras que foram sempre minhas...

Nas inúmeras igrejas e diante de cada manifestação de Deus pedimos sua proteção. Com ele seguimos, com a certeza de que muitas orações e pensamentos positivos nos amparam.

Isso nos dá força para seguir nosso fortalecimento político, espiritual e humano. E para pela primeia vez nesse blog dizer como sinto saudades de todos que estão tão longe...

Zapata vive, la lucha sigue...

sábado, 24 de julho de 2010

(21 a 23/07) – Cidade do México


Por Carlos


Primeiras impressões
Cidade do México é muito grande, muito maior que São Paulo mas parecida com ela em muitos aspectos. Claro que não há uma ruína pré-hispânica no meio da área urbana como aqui, mas a vista mais geral passa despercebida.
Porém, basta atentar para sentir-se de fato em outra parte do continente. O metro com seu trem magrelo, as características do centro histórico, as referências.
Algo não usual é vermos uma bandeira de país no topo de uma catedral. Aqui há, bem como nos pés de Nossa Sra. de Guadalupe dentro da catedral. Outras bandeiras tremulam na praça central, ou zocalo, muitas delas do sindicato mexicano dos eletricistas, que tem alguns integrantes em uma greve de fome que dura mais de 80 dias (a foto mostra a catedral e a manifestação).


Revolução
O que não há no Brasil é tanta citação da palavra revolução.Aqui ela já está mesclada com o cotidiano das pessoas, o que nao significa que o país vive um contexto revolucionário. Recordam em 2010 o bicentenario da independência do país e o centenário da revolução mexicana. Os nomes relacionados a ambas aparecem nas ruas, estações, praças. Ao mesmo tempo, se subvertem em chamadas promocionais de lojas de todo tipo, bem como nos nomes dos atuais partidos políticos.


Ainda assim, encontramos aqui quem faz melhor uso do termo e de seus significados.


Polícia
Há por todos os lados. Polícia federal, municipal, exército. Devo me sentir seguro ou preocupado? Talvez a segunda opção, pois esta é a rotina que vi por aqui. Tudo sob vigilância do estado sob a desculpa da guerra ao narcotráfico. Ao mesmo tempo, Gilberto ( professor da Unam com quem conversei em uma das mil filas do aeroporto) me contou que muitos moem aqui sob essa acusação. Além disso, tudo é revistado. As bagagens em aeroporto passam por mais de uma revista, na rodoviaria da capital passaram duas vezes, ao entrar na plataforma de embarque e antes de subir no ônibus, com detector de metais.


Teotihuacan
É um mistério como que seus construtores desapareceram, depois de habitar a “cidade dos deuses” de 100 a 700 dc.
As ruínas são deslumbrantes. Caminhar pela calzada de los muertos, cercado pelas construções de pedra, dá uma sensação como se ao pisar está em contato com todos que ali já pisaram. E sim, a pirâmide do sol tem escadas gigantescas e ingrimes, mas todas as energias são recarregadas no topo. Sentamos e lá do alto admiramos toda a cidade. Não há foto que explique, talvez por isso tiramos tantas.