domingo, 5 de setembro de 2010

31/08 a 05/09 – Peru quebra expectativas: para mais e para menos

















Por Carlos e Larissa

[Em caráter excepcional, publicamos sobre nossa passagem peruana antes de falarmos de Colombia e complementarmos sobre a Venezuela.]

Poderíamos dedicar horas (ok, muitos minutos), ou páginas, para tratar da beleza deste país. Falar da riqueza da literatura peruana, contada em um museu só para ela; da Cusco “cor de telha”, com histórias em cada uma das pedras, talhadas ou não; da magnitude de vermos a cidade de Machu Pichu se revelar por entre a névoa, de suas construções e avanços que nos fizeram perguntar o porque de não estudarmos mais da sua história na escola (nem na universidade); das demais ruínas do Vale Sagrado dos Incas; da imensidão do Lago Titicaca (mais de 8 mil km², a 4 mil metros de altitude), com ilhas flutuantes construídas por pré-incas aymaras há cerca de 500 anos, ainda mantidas e habitadas por seus descendentes. E sim, Lima e Cusco tem muito trânsito e engarrafamento como as demais grandes cidades que passamos.
MAS, não será esta a tônica deste texto. Quando decidimos finalmente relaxar sobre a questão da alfandega do Brasil, que apreendeu duas caixas que enviamos da Venezuela e só as liberará quando regressarmos...
Nosso primeiro problema no Peru foi a alfândega colombiana. Viajamos de avião para Lima e nos surpreendemos com uma das maletas rompida e sem os cadeados, “para verificação”, e a resposta de que a empresa Taca não se responsabiliza e de que este é o procedimento padrão na Colômbia.
O dinheiro deu o seu show. Decidiu não sair dos caixas automáticos da Globalnet e outros bancos, em todas as cidades que passamos, distinto dos outros países. Nos primeiros dias, os Travelers Check salvaram nossa pele, depois um gerente de banco deu uma ajudinha.
Em geral o Peru é muito caro. Lima foi o lugar mais caro e descobrimos que valia mais a pena pagar em dólar. Cusco e Machu Pichu pareceram mais baratos do que nos disseram, mas isso porque conseguimos fugir quase sempre das agências de viagem.
Para se ter uma idéia (dica aos viajeros), as agências chegam a cobrar até quatro vezes mais. Machu Pichu, por exemplo, nos custou cerca de 100 dólares a menos (com base no pacote mais barato que encontramos) porque construímos nosso próprio roteiro. Outra dica é a de buscarmos sempre os institutos turísticos e/ou culturais oficiais, que nos deram todas as informações necessárias, mapas e afins, sem cobrar.
Roteiro:
2/09 - Despertamos às 3 da manhã. Às 3h30, caminhavamos a passos largos pela Plaza de Armas cusqueña e pela Avenida El Sol até chegarmos no ponto de táxis coletivos (10 soles para cada). Às 5h20, já estavamos em Ollantaytambo, para subirmos no trem que vai a Águas Calientes, o pueblo de Machu Pichu (esse dói mais, 64 dólares por cada, ida e volta). Às 7h30 chegavamos e nos hospedavamos em um hostal ao lado do terminal. Café da manhã tomado, compramos as entradas (ufa, estudante paga meia! 62 soles cada) e as passagens do ônibus até as ruínas (mais 14 dólares cada, ida e volta). Às 9 da manhã de um dia de chuvisco constante e nublado, entramos na cidade inca, que supera todas as expectativas. Às 3h30 da tarde, com os músculos em frangalhos, chegávamos para descansar no hostal.
3/09 – Às 5 da manhã estávamos no trem de volta a Ollantaytambo, onde conhecemos a cidade inca que ainda é habitada por seus descendentes, mas que conserva suas ruínas.O restante do dia foi dedicado a conhecermos outras ruínas do Vale Inca, até Cusco. Para esses, compramos antecipadamente um boleto que dá direito a visitar 16 pontos turísticos (70 soles cada).
Agora é triste: Embarcamos no melhor ônibus de toda a viagem, confortável e com um ar condicionado regulado saudavelmente. Chegamos a Puno, uma cidade peruana à beira do Titicaca, às 4 da manhã. Conseguimos um hostal há preço baixo para os padrões e nele dormimos até às 9 horas, quando nos preparamos para sair. E então a surpresa nada agradável: a câmera fotográfica do Carlos, que seguramente entrou no ônibus, dele não saiu (e não foi por falta de zelo).
Então, o dia que seria dedicado a baixar fotos e escrever textos à beira do Titicaca foi em boa parte um dia de busca. Até o presente momento, declaramos com pesar a perda da companheira câmera e do cartão de memória que continha 95% das fotografias de Colômbia e Peru. Ainda com a esperança de localizarem, seguimos viagem contando com a filmadora handcam da Larissa.


Ojalá que las tierras bolivianas sean más amigables…


PS do Carlos: se o momento é melancólico, a música/vídeo postada cai como uma luva. Postamos uma foto da compa câmera.




http://www.youtube.com/watch?v=8lomNiMATjk



PS da Larissa: para não ficarem sem fotos, temos a minha câmera assumindo o comando... Mas a resolução é mais baixinha.